terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Ciclo da vida

A vida da gente é marcada de momentos, o mais tenro e belo é a infância. Onde damos assas as nossas fantasias e sonhos. Onde formamos conceitos e princípios, onde fazemos as brincadeiras mais memoráveis. Uma época de descobertas. E ate o simples estourar de uma bolha de salão são motivos para gostosas risadas. Gostosos gritinhos, mais eis que depois de alguns anos as bonecas e brinquedos, vídeo ga
me e todos os objetos que nos ligam a infância vão ficando para trás. Começamos a ter pressa de crescer. Começamos a ter vontade de namorar, beijar, ter novas experiências. Sentimos a cara cheia de pontinhos verdes, sentimos sentimentos ainda não experimentados, amores são vividos. Pessoas vêm e vão e ficamos mais empenhados em crescer. Achamos que o melhor vira quando estivermos cuidando de nossas vidas, em nossas casas, longe dos pais, da família. Sendo de fato independente. Mas durante ainda algum tempo dormimos agarrados aquele bicho de pelúcia ou aquele travesseiro de fronha velha com tantas lembranças. Vem uma época de festa, de estudos, de trabalho, uma correria diária. Temos nossos próprios filhos e sentimos a sensação de ter de proteger de colocar eles debaixo de nossas asas. Queremos protegê-lo de passar pelos mesmos problemas, as mesmas aflições, as mesmas dores. Queremos que eles não percam a fase boa da infância que já algum tempo deixamos para trás. Largamos para crescer, para supostamente vermo-nos livres. E ao mesmo tempo presos no transito, no celular, no computador, a dividas, a prestações, a planos sempre adiados, a conversas nunca tentadas, a pessoas que ficaram no passado, aos risos espontâneos, as novas experiências. Então o corpo vai se curvando, a pele vai ficando fina, os pés vão ficando ásperos, os joelhos fracos. Eis que dependemos de todos pra tudo e aqueles filhos que ate a pouco ainda corriam em volta da casa, estão presos agora ao mesmo celular, as mesmas dívidas, as mesmas experiências. E o mais difícil é conseguir fazer os mais novos entenderem que não se deve perder nem um instante da infância. Os amores viram passado, as paixões viram estória e o tempo nos faz dar lugar a alguém mais jovem. O tempo enfim nos leva e a semente que deixamos, logo estará semeando de novo.

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