sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Um gesto

Estou com o pulso ferido, lavando copos me cortei e quase atingiu o nervo. Enfim fui parar no pronto atendimento da UNIMED. Vi ao meu redor que precisavam de um pouco de alegria. Sendo uma das fundadoras do SOS Sorriso. Pensei que não havia lugar melhor que o hospital para levar um pouco de riso. Cheguei próxima de uma idosa, a senhora Araci 87 anos. Tinha dado uma corrida e fraturou o cotovelo, uma idosa ativa que demonstrava ate mesmo menos idade. Conversei com ela, desejei melhorar. Ouvi a estória dela e fiquei com ela ate ela ser atendida. Passei a minha vez para ela por uma tala no braço primeiro. Depois fiquei conversando com as sobrinhas dela. Dei meu telefone e disse que se dona Araci precisar fazer cirurgia e precisarem de alguém pra ficar com ela que podiam me chamar. Me chamaram de anjo. Seria eu um anjo ou um demônio? Tendo apenas 1 copo de água o qual eu usava na UNIMED uma mulher com seu filho febril no colo me pediu, se eu desse ficaria sem copo para beber água, mas dei pois a criança precisava mais que eu. Depois conheci um senhor (esqueci de perguntar o nome) fratura no fêmur. Conversei com ele e ele me contou que quando novo "tomava cada tombo que PQP achava que tinha quebrado tudo dai levantava e via que só estava com um arranhão aqui outro lá e depois de aposentado só doença" fiz ele rir, ele estava em uma cadeira de rodas, ofereci de pegar água se ele quisesse (não precisou), adverti ele do cigarro e conversei com a mulher dele. Depois conheci dona Luci e dona Elizabeth, falei com dona Elizabeth que ela tinha nome da rainha. Ela disse que era só pobre e da roça. Falei com ela que todos somos iguais e que na desgraça ninguém é diferente. Ela riu e concordou, passei pra ela minha receita de pavê, dei meu endereço se ela precisasse de mim. Conheci ainda um garotinho febril o Caleb ele era divertido e mesmo com dor não se deixou abater e estava a pular nas escadas. Fui ate a maternidade tirar exame de sangue. Lá vi o descaso do José Milton, nem bebedouro com água não achei, cascas da parede caindo no chão, o sanitário todo sujo e sem papel. Enquanto no telão anunciava os loteamentos do pilantrão do José Milton. Lá conheci o filho da dona Margarida, menino de 8 ou 9 anos com apendicite. Conversei com ele fiz ele rir, pedi um abraço e dei uns beijos nele. Ele teria de ser operado. Dei força a ele ate o resultado do meu exame sair. Voltando para casa pelo túneo encontro uma velinha carregando peso e a ajudo a subir as escadas com o peso. Ela me agradece. Com tudo isso descobri algumas coisas. 1- precisa de muito pouco para fazer outro ser humano feliz - 2- que o muito pouco em certas horas é muito- 3- que eu sozinha trazia felicidade a rostinhos tristes e que isso trazia felicidade a mim mesma - 4- que eu era capaz de ser um bom ser humano- 5- que a bondade esta dentro de todos só que alguns ainda estão tímidos por usa-la. E este texto não é elevando minhas ações que todos podem fazer. É intimando a todos que lerem este texto fazerem também pois é disso que o mundo precisa. SORRISOS! Descobri um anjo ou um demônio em mim que leva ao bom ate as pessoas mesmo eu mesma estando ferida. Boa tarde gente!

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